Wednesday, January 24, 2007

The last flower

A décima segunda guerra mundial, como todos
sabem, trouxe o colapso da civilização.
Vilas, aldeias e cidades desapareceram da Terra.
Todos os jardins e todas as florestas foram
destruídas.
E todas as obras de arte.
Homens, mulheres e crianças tornaram-se inferiores
aos animais mais inferiores. Desanimados e
desiludidos, os cães abandonaram os donos decaídos.
Encorajados pela pesarosa condição dos
antigos senhores do mundo, os coelhos caíram sobre eles.
Livros, pinturas e música desapareceram da Terra
e os seres humanos ficavam sem fazer nada, olhando
no vazio. Anos e anos se passaram.
Os poucos sobreviventes militares tinham esquecido
o que a última guerra havia decidido.
Os rapazes e as moças apenas se olhavam indiferentemente,
pois o amor abandonara a Terra.

Um dia uma jovem, que nunca havia visto uma flor,
encontrou por acaso a última que havia no mundo.
Ela contou aos outros seres humanos que a última
flor estava morrendo.
O único que prestou atenção foi um rapaz que ela
encontrou andando por ali.
Juntos, os dois alimentaram a flor e ela começou a
viver novamente.
Um dia uma abelha visitou a flor. E um colibri.
E logo havia duas flores, e logo quatro, e logo uma
porção de flores.
Os jardins e as florestas cresceram novamente.
A moça começou a se interessar pela própria aparência.
O rapaz descobriu que era muito agradável passar
a mão na moça.
E o amor renasceu para o mundo.
Os seus filhos cresceram saudáveis e fortes e aprenderam
a rir e a brincar.
Os cães retornaram do exílio.
Colocando uma pedra em cima de outra pedra, o
jovem descobriu como fazer um abrigo.
E imediatamente todos começaram a construir
abrigos. Vilas, aldeias e cidades surgiram em toda
parte. E a Canção voltou para o mundo.

Surgiram trovadores e malabaristas.
alfaiates e sapateiros
pintores e poetas
escultores e ferreiros
e soldados
e soldados
e soldados
e soldados
e tenentes e capitães
e coronéis e generais
e líderes!
Algumas pessoas tinham ido viver num lugar, outras
em outro. Mas logo as que tinham ido viver
na planície desejavam ter ido viver na montanha.
E os que tinham escolhido a montanha preferiam
a planície. Os líderes, sob a inspiração de Deus,
puseram fogo ao descontentamento.
E assim o mundo estava novamente em guerra.
Desta vez a destruição foi tão completa
Que absolutamente nada restou no mundo.
Exceto um homem
Uma mulher
E uma flor.


(A última flor, do poeta humorista americano James Thurber - tradução de Millôr Fernandes)

2 comments:

Clarissa said...

Ando a pensar nisto há uns dias... está a fermentar :)
Beijocas

Irene Pinheiro said...

sim! verdade... as vezes o q achamos ruim as pessoas amam, e o contrário tb! o post eu q eu reclamava da vida por ex... achei q ninguém ia dar bola... e né q foi super comentado. aliás o desta semana tb... será q estou reclamando de barriga cheia? vou colocar um contador de visitas lá... para assim ter uma idéia melhor de quantas pessoas passam por lá. vai ver q sou bem amis pop do q imagino, rsrsrs... bjs, fica bem!

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